De acordo com dados de uma pesquisa recente a troca de casais é muito popular no Brasil, existem cerca de 5 milhões de brasileiros que já experimentaram pelo menos uma vez em suas vidas, enquanto dois milhões praticam o swing com alguma regularidade.

Mas não os imagine muitos diferentes de seu vizinho: em média, têm uma idade entre 30 e 50, com uma condição social e profissional meio-alta e conduzem uma vida normal. Para saber mais sobre o fenômeno da troca de casais e os efeitos que você tem em relação a esses jogos eróticos de casal, entrevistamos Wesley Sousa, gerente do site trocadecasais.net.br.

Em sua experiência, o swing é uma moda ou é realmente um desejo e uma necessidade generalizada em casais reais?

Primeiro vamos esclarecer que esta não é uma parafilia, ou seja, uma prática sexual em si mesmo patológica. No entanto, a julgar pela proliferação de sites Internet e casas noturnas dedicadas a pessoas que amam a troca de casais diria que é um desejo muito real. Muitos cultivam o swing como uma fantasia para a vida, simplesmente imaginam, outros vão para a ação.

O que leva um homem ou uma mulher para assistir de fato ao vivo a uma traição? Parece uma escolha autodestrutiva …

Os swingers não traem, porque o casal tem relações sexuais com uma outra pessoa, por consenso, e não se escondendo do parceiro. A troca de casais sendo negociada é uma espécie de traição consciente, consensual, especialmente desde que o elemento mais importante é a voluntariedade de ambos, não tem nenhum ciúme ou ressentimento, que de outra forma arruinaria o relacionamento. Os swingers são muitas vezes pessoas que têm dificuldade para ligar o desejo erótico. Eles abandonam o sexo tradicional, em seguida, para encontrar formas de excitação alternativas que os ajudem a encontrar aquela paixão que, na cama de casa, não conseguem mais encontrar.

Troca de casais em um clube de swing

Troca de casais em um clube de swing

O swing é uma perversão?

Não, é uma escolha livre de pessoas adultas. O mundo de hoje oferece milhares de estímulos eróticos, afetando a evolução da nossa sexualidade: não é mais suficiente um tornozelo feminino para excitar um homem. Na troca de casais essa tendência a transgredir é levada a extremos. As pessoas hoje querem experimentar tudo. A troca de casais, no entanto, não precisa de amor, pelo contrário: é uma relação unicamente sexual, uma busca rigorosa de prazer, sem qualquer intimidade psicológica.

Qual o impacto na vida prática de um casal? Quais são os prós e os contras?

O sexo é um prazer, não deve ser útil. Os contras: na prática do swing você pode encontrar algumas dificuldades. Eu tive pedidos de ajuda de casais que tinham experimentado o a troca superestimando sua capacidade de libertar os parceiros de se expressar sexualmente com outra pessoa, deixando emergir também aspectos não conhecidos, por vezes, para o parceiro habitual. Em outros casos, a prática da troca tornou-se, por um dos dois, necessária para a excitação e para a outra metade esta necessidade foi insustentável.

Uma possível motivação psicológica pode estar na necessidade de confirmação, de sentir-se desejado/a, mas a consequência pode ser de querer sempre aumentar a aposta no jogo erótico.

Ou também o fato de ver sua parceira satisfeita sexualmente por outro homem, talvez mais sarado, por um lado pode induzir a concorrência, mas, por outro, nas pessoas inseguras e com baixa autoestima, pode tirar o peso de se sentir incapaz de satisfazer sexualmente a parceira.

Finalmente, talvez a comparticipação real do casal na troca é na escolha do casal com quem se trocar e a cumplicidade da própria transgressão.

E ainda essas experiências podem deixar uma sensação de vazio e insatisfação, e muitos desses casais acabam quebrando-se, por vezes, porque um dos dois cede para o sentimento, ou porque o próprio casal cede à pressão de ciúme, frustração e desapontamento respeito ao aspecto curativo desta atividade erótica.